Estreias da Semana (2010-04-01).

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Não costumo fazer crítica nas estreias da semana, mas há filmes que não justificam um artigo para isso. Vou portanto incluir nos textos críticas a três dos filmes que estreiam esta semana.

“Morte no Deserto”.

Realizado por Jeff Beesley, com Christian Slater, Wes Bentley e Emmanuelle Vaugier.

Christian Slater é Dolan, homem perigoso que dirige uma rede de tráfego humano para prostituição. Quando uma jovem mulher (Vaugier) testemunha uma das suas atrocidades e é brutalmente assassinada, o marido (Bentley) não vai descansar enquanto não vingar a sua morte. Custe o que custar.

Dolan’s Cadillac” esteve no Fantasporto em duas sessões (uma delas com a presença do realizador). E apesar de se basear num conto de Stephen King, não deixa grandes recordações. O argumento é fraco e a realização incoerente, tentando tirar partido de actores interessantes mas que não sabem o que fazer com o pouco que têm em mãos. Há um ou outro momento interessante (a parte que vai do testemunho do crime ao assassinato), mas não chega para manter o interesse durante um filme que, apesar de curto, se torna excessivamente longo.

Classificação: 1.5/5

“Ruínas”.

Documentário Escrito e Realizado por Manuel Mozos.

Fragmentos de espaços e tempos, restos de épocas e locais onde apenas habitam memórias e fantasmas. Vestígios de coisas sobre as quais o tempo, os elementos, a natureza, e a própria acção humana modificaram e modificam. Com o tempo tudo deixa de ser, transformando-se eventualmente numa outra coisa.

Lugares que deixaram de fazer sentido, de serem necessários, de estar na moda. Lugares esquecidos, obsoletos, inóspitos, vazios.

Não interessa aqui explicar porque foram criados e existiram, nem as razões porque se abandonaram ou foram transformados. Apenas se promove uma ideia, talvez poética, sobre algo que foi e é parte da(s) história(s) deste País.

(Informação retirada do site oficial do filme).

“The Crazies – Desconfia dos Teus Vizinhos”.

Realizado por Breck Eisner, com Timothy Olyphant, Radha Mitchell e Joe Anderson.

Numa pequena cidade do Iowa, um vírus contamina a rede de abastecimento de água, enlouquecendo e matando os seus habitantes.

Filme de encerramento do Fantasporto, é um remake do filme homónimo de George Romero, o mestre dos filmes de Zombies, e que não faz justiça ao original. Além disso, é um filme que não traz nada de novo ao género. É uma colecção de clichés que, apesar de bem filmados e contando com dois actores que aprecio bastante (Olyphant e Mitchell), não provoca mais do que um longo bocejo. Eisner podia ter aprendido alguma coisa com Zack Snyder em “Dawn Of The Dead“, incorporando humor e tornando a atmosfera mais densa, os espaços mais limitados e, sobretudo, não denunciando tanto os ataques antes deles aconteceram. Foi, até agora, uma das desilusões do ano.

Classificação: 2.5/5

“Um Cidadão Exemplar”.

Realizado por F. Gary Gray, com Gerard Butler, Jamie Foxx, Colm Meaney e Bruce McGill.

Um homem decide fazer justiça com as próprias mãos, quando o assassino da sua família é libertado graças a um acordo que fez com o Ministério Público. Ele vai perseguir não só o assassino, como também o delegado e todos os envolvidos no acordo.

Law Abiding Citizen” é um filme que não deve ser levado a sério. Nesse aspecto, é um filme que exige algum compromisso da parte do espectador: ‘não ponham em causa o que aqui está e nós vamos entretê-los durante 100 minutos’. Nesse contexto, e só nesse contexto, o filme funciona. No inicio do filme o espectador é forçado a escolher um lado, para depois perceber que escolheu o lado errado. Todo o filme é montado para ludibriar o espectador a cada esquina, e os twists sucedem-se a grande ritmo. Gray já tinha dado provas de se mover bem nos terrenos do filme policial, e aqui monta um jogo do gato e do rato que vão trocando de papéis, e subvertendo toda a lógica do que é certo ou errado. Mas o filme peca por ir demasiado longe e por tirar toda a simpatia que o espectador tinha por um dos personagens, não a conseguindo fazer transitar para os outros. Aquilo que fica é um exercício de estilo, bem pensado e desenvolvido, mas que perde o espectador ao 10º twist para não mais o voltar a absorver. Bons actores, boa música e alguma tensão, num filme que começa quente mas acaba muito muito morninho.

Classificação: 3/5

“Um Lugar para Viver”.

Realizado por Sam Mendes, com John Krasinski, Maya Rudolph, Catherine O’Hara e Jeff Daniels.

Um casal à espera do seu primeiro filho vai percorrer os Estados Unidos e o Canadá em busca do lugar perfeito para começar uma família. Pelo caminho vão encontrando parentes e velhos amigos que que os vão fazer perceber o verdadeiro sentido da palavra Casa.

Away We Go” é o último filme do oscarizado realizador de “Beleza Americana“. Só por isso já merece uma visualização, mas um bom elenco com Krasinski (finalmente a ter papéis de relevo no cinema) e Rudolph à cabeça e argumento do mesmo guionista de “Where The Wild Things Are“, duplicam o interesse. Brevemente farei aqui uma crítica mais extensa a este filme.


O laxanteCULTURAL recomenda este filme.

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