“Avatar Day” – Impressões.

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E já está. Hoje foi o dia em que o mundo viu imagens (em grande e em 3d) do muito aguardado regresso de James Cameron à realização de uma longa metragem de ficção. “Avatar” vem rotulado de inovador, surpreendente, fantástico, emocionante e muitos outros adjectivos que deixam os fãs com água na boca (ou nos olhos?). Ontem, já tínhamos tido acesso ao trailer. E aquilo que hoje se viu nos cinemas de todo o mundo é difícil de categorizar. Não é um trailer, não são sequências (são excertos de sequências ou cenas) e não revela praticamente nada da estória (que nós ainda não soubéssemos). Então para quê levar ao cinema milhões de pessoas para ver algo que nem elas saberão bem o que é?

Porque aquilo que nos foi mostrado, seja lá o que for, é excelente e deixou-me cheio de vontade de ver o resto. Bem, essa vontade não vem apenas do que vi, mas por saber que Cameron não é nem será um realizador gratuito, que enche o olho do espectador com efeitos especiais sem uma estória que necessite deles para sobreviver, ou que a força das imagens dispense um argumento que lhes dê ainda mais força. Cameron apresenta-nos o filme (telegraficamente) dizendo que as imagens que vamos ver são da primeira metade do filme, para não correr o risco de revelar ao espectador algo que lhe estrague a experiência de ver o filme completo. E isso é verdade.

Sabemos que “Avatar” se centra na personagem de Jake Sully (Sam Worthington), um veterano de guerra paraplégico que é enviado para o planeta Pandora, onde será travada uma guerra com os nativos, os Na’vi, raça humanóide com a sua própria linguagem e cultura. Jake é transformado (essa parte não é clara) no seu Avatar (basicamente torna-se um Na’vi) e enviado para Pandora. À medida que vai conhecendo o ambiente e os nativos que o rodeiam , vai-se identificando com eles e põe em causa a sua lealdade aos humanos. Deve ser mais ou menos isto a storyline e parece não ser mais do que um “Danças Com Lobos” futurista. Mas é.

Vimos a sequência da chegada de Jake à unidade militar que o acolhe e o transforma no seu Avatar. Vemos a sua reacção após a transformação e a sua fuga. Depois disso, estamos já em Pandora. E Pandora é um espanto! Uma fauna e uma flora muito peculiares, magnificamente bem concebida e executada, além de um povo surpreendentemente realista e assombroso. E aqui há que dizê-lo: Este é um filme para ver no cinema. À parte do 3d (já lá vamos), aqui o tamanho do ecrã importa. Os Na’vi que vimos no trailer e que podem conferir na foto, não são nada realistas, parecendo nada mais do que desenhos animados. No cinema a conversa é outra. A proximidade é importante e todos os detalhes são ampliados, fornecendo aos personagens um realismo absolutamente surpreendente (aqui, o timing para o lançamento do trailer na Internet foi perfeito).

O resto das sequências que nos foram apresentadas passam-se em Pandora, com a adaptação do Avatar de jake aos nativos, à natureza muito particular do planeta e, sobretudo, à sua fauna. As criaturas que partilham este habitat com os Na’vi são assustadoras e perigosíssimas, e proporcionam sequências de acção com um detalhe, uma rapidez e uma espectacularidade impressionantes. No final, uma montagem de imagens soltas, quase todas retiradas do trailer, mas que, mais uma vez, no grande ecrã assumem uma espectacularidade esmagadora.

Quanto à tecnologia que demorou 10 anos a atingir o ponto que permitisse a Cameron filmar esta estória, não dei por ela. Ou melhor, ela está lá, tudo é assustadoramente real, com um detalhe impressionante. Mas, onde se nota mais o avanço é nos avatares: A dada altura, quando Jake está em Pandora rodeado pelos Na’vi, está um que percebermos ser um Avatar. Completamente azul e estranho, mantém ali algures os traços de Sigourney Weaver. Assustadoramente real. E o 3d. Bem, já aqui tinha falado do 3d e, disse-o, este será um dos filmes em que o formato poderá ser realmente importante. E é. Nós vamos para Pandora com Jake. Eu estive lá. Tivesse o cinema cheiro e humidade e não restaria em mim qualquer dúvida. Podemos quase sentir a atmosfera, as partículas que andam no ar, as criaturas, a dimensão da paisagem e a profundidade do planeta. Nas cenas de acção, somos colocados mesmo lá no meio. E, quanto a mim, é para isto que serve o 3d. Não para decalcar umas formas em relação a outras, mas para dar profundidade e ambiente.

Eu já não tenho dúvidas. Cameron continua em grande forma. Só falta conferir uma coisa: A estória, e a sua emotividade. Se conseguir acompanhar aquilo que foi conseguido a nível visual (e Cameron geralmente consegue-o), este será um dos mais importantes filmes de todos os tempos. Se não… também. Dia 17 de Dezembro lá estarei a confirmá-lo.

1 comentário em ““Avatar Day” – Impressões.”

  1. Quase se pode dizer que vamos poder ver uma nova forma de fazer ficção. E pelas fotos recentes isso confirma-se. Fico à espera de ver mais qualquer coisa para me satisfazer a curiosidade.
    Também espero poder ir ver.
    Abraços.

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